Estamos só os dois no elevador,
e olhamo-nos sem pensar em nada.
Duas vidas, um momento de beatitude e plenitude.
Ela saiu do quarto piso e eu, que saía mais acima,
soube que não a voltaria a ver nunca mais,
que nos tínhamos encontrado na vida uma só vez,
que se a seguisse seria como um morto
e que se voltasse para mim
seria do outro mundo.
Vladimir Holan
(República Checa 1905 - 1980)
Carta de apresentação
O SECRETO MILAGRE DA POESIA
Sentimo-nos bem com seu contacto.
Disertamos sobre as suas maravilhas.
Auscultamos pequenas portas do seu mistério
e chegamos a perder-nos com prazer
no remoínho do seu interior.
Apercebemo-nos das suas fragilidades e manipulações.
Da sua extrema leveza.
Do silêncio de sangue e da sua banalização.
Excerto
in Rosa do Mundo
3 de março de 2012
Encontro num elevador: Vladimir Holan
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