cruzei-me com quem me dava
a languidez do amor.
a saudação lhe dei pela palavra.
porque a afeição se acabasse
não sentia o seu calor
e altaneio me evitava,
mas deixou-me que o beijasse:
foi como daquela vez
que avistando a claridade,
só querendo lume Moisés
falou com a divindade.
o jardim brinca com a brisa
que dir-se-ia ser sua emissária
no chamamento à festa da alvorada.
está ébrio, preso de seus ternos ramos,
e quando os doces pássaros o cantam
ele vai repetindo essa canção.
não faltam flores, estratégicos espias
com seus olhos vigiando namorados.
e se destacam na folhagem verde,
como luz, brilhando sobre as trevas.
Abu-L-Qâsim Ibn Al-Milh
(Luso-Árabe Séc. XII
in Adalberto Alves
"O meu coração é Árabe"
Carta de apresentação
O SECRETO MILAGRE DA POESIA
Sentimo-nos bem com seu contacto.
Disertamos sobre as suas maravilhas.
Auscultamos pequenas portas do seu mistério
e chegamos a perder-nos com prazer
no remoínho do seu interior.
Apercebemo-nos das suas fragilidades e manipulações.
Da sua extrema leveza.
Do silêncio de sangue e da sua banalização.
Excerto
in Rosa do Mundo
30 de março de 2013
A languidez do amor: Abu-L-Qâsim Ibn Al-Milh
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