Na
melancolia de teus olhos
E
ouço as cantigas antigas
Do
mar.
Nos
frios espaços de teus braços
Eu sinto a noite se inclinar
Eu
me perco em carícias de água
E
durmo escutando em vão
O
silêncio.
E
anseio em teu misterioso seio
Na
atonia das ondas redondas
Náufrago
entregue ao fluxo forte
Da
morte.
Vinícius de Moraes
(Brasil 1913-1980)
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