Acaso
és tu a imagem vaporosa
Que
me sorriu nos sonhos doutra idade,
Como
a luz da manhã sorri formosa
Nos
espaços azuis da imensidade?
E
tu esse astro que minha alma anela,
Que
debalde busquei no mar da vida,
Qual
busca o nauta bonançosa estrela
No
meio da procela enfurecida?
Ah,
se és esse ente que meu ser domina,
Se
és essa estrela que meu fado encerra,
Se
és algum anjo da mansão divina
Pairando sobre a terra;
Já
que baixaste a mim, já que a meu lado
Me
apontaste sorrindo o etéreo véu,
Não
me deixes na terra abandonado,
Transporta-me ao teu céu!
Soares
dos Passos
Portugal
1826-1860
in
Poemas portugueses
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