Carta de apresentação


O SECRETO MILAGRE DA POESIA

Sentimo-nos bem com seu contacto.
Disertamos sobre as suas maravilhas.
Auscultamos pequenas portas do seu mistério
e chegamos a perder-nos com prazer
no remoínho do seu interior.
Apercebemo-nos das suas fragilidades e manipulações.
Da sua extrema leveza.
Do silêncio de sangue e da sua banalização.

Excerto

in Rosa do Mundo

2 de junho de 2013

Quem pela primeira vez visse... : Giacomo da Lentino






















Quem pela primeira vez visse o fogo,
Não creria que pudesse queimar –
O seu esplendor parecia um jogo
Que ante seus olhos tivesse lugar.

Mas se lhe tocasse de algum modo,
Que queimava muito iria notar:
O fogo do amor tocou-me um pouco,
Arde e bem. Deus, que em mim se vá ‘spalhar!

E por vós se espalhe, senhora minha,
Que fazeis crer que me tendes amor,
Mas só me dais dor e tormento.

Claro, Amor age de forma mesquinha;
Enquanto ele só vãs palavras for,
A mim, que o sirvo, não dá contentamento.


Giacomo da Lentino
(Sicília 1188-1240)
in Os dias do Amor
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