Isto
que é o amor (como se o amor não fosse
esperar
o relâmpago clarear o degredo):
ir-se
por tempo abaixo como grama em colina,
preso
a cada torrão de minuto e desejo.
Ser
contigo não sendo como as fases da lua,
como
os ciclos de chuva ou a alternância dos ventos,
mas
como numa rosa as pétalas fechadas,
como
os olhos e as pálpebras ou a sombra dos remos
contra
o casco do barco que se vai, sem avanço
e
sem pressa de ausência, entre o mito e o beijo.
Ser
assim quase eterno como o sonho e a roda
que
se fecha no espaço deste sol às estrelas
e amar-te, sabendo que a velhice descobre
a mais bela beleza no teu rosto jovem.
Alberto
da Costa e Silva
Brasil
–São Paulo n.1931
in
“Antologia de poetas brasileiros
Selecção
de Mariazinha Congílio
Universitária
Editora
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