do tamanho da mão faço-lhes o poema da minha vida,
agudo e espesso,
pois aproveitou do que seria menstruo,
e crepita agora,
o poema das mãos conjuntas quando, ainda analfabetos,
procurando as putas futuras,
e estremecemos às vezes de sacra folia,
trançados entre as coxas,
debaixo das bocas habilíssimas,
límpidos, loucos,
e são linhas sem tropeço, de osso, nervo, sangue, sopro
¿ e qual matéria, e a razão, e
a coesão, a força interna
do capitulo do assombro?
Herberto Helder
Portugal 1930
in " Servidões "
Assirio & Alvim
Assirio & Alvim
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