Que amor sigo? Que busco? Que
desejo?
Que enleo é este vão da
fantasia?
Que tive? Que perdi? Quem me
queria?
Quem me faz guerra? Contra quem
pelejo?
Foi por encantamento o meu
desejo,
e por sombra passou minha
alegria;
mostrou-me Amor, dormindo, o
que não via,
e eu ceguei do que vi, pois já
não vejo.
Fez à sua medida o pensamento
aquela estranha e nova
fermosura
e aquele parecer quase divino.
Ou imaginação, sombra ou
figura,
é certo e verdadeiro meu
tormento:
Eu morro do que vi, do que
imagino.
Francisco Rodrigues Lobo
Portugal 1580-1622
In Os dias do Amor
Recolha e Selecção Inês Ramos
Editor: Ministério dos
Livros
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