20 de novembro de 2011

Olhos

Olhos há, sonhadores, vagabundos,
que nos abrem longínquas perspectivas;
e olhos cujas pupilas pensativas
nos falam de outros céus e de outros mundos.

Olhos como o pensar, calmos, profundos,

em cujo fundo gris vagam, esquivas,
as ilusões, em bandos fugitivas
como alcíones livres, errabundos.

Outros há que embelezam o sofrer

e são filtros de sonho e esquecimento
aos que os seguirem para se perder,

olhos tão doces como o bem querido,

e que assim vagos luzem num momento
como astros de um Paraíso já perdido!

Antonio Gómez Restrepo
(Colômbia  1869-1947)
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