11 de dezembro de 2011

A um bem efemero: Francisco Rodrigues Marin


Oh, inesperado bem que a mim chegaste
como em meu coração te recolheste,
e em eflúvios celestes o inundaste
e num mar de delicias o envolveste ?

Pois que ao teu fogo o meu amor ardeste
por que ao partir ardendo o abandonaste?
Para durar tão pouco por que vieste?
E se quiseste vir, por que o deixaste?

Relâmpago fugaz, oh bem - meteoro
que no céu cintilou! Nem sei se vi
na noite a tua luz. Mal pude ver-te!

Mas a sorte bendigo a não deploro,
pois perdendo-te assim, enfim perdi
essa angústia e esse medo de perder-te.

Francisco Rodrigues Marin
(Espana1855-1943)
Photo by Google

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