8 de setembro de 2012

Os Amantes: Carmelina Soto

Os que amaram devem ficar cegos.
Para que os seus gestos sejam sem sentido.
Para que os seus barcos girem sem graça nem proveito.
Como as tempestades...
Cegos.
Cegos como bandeiras depois da vitória
ou como as espadas
que estão sempre nuas e gloriosas.
Que rancor pelos cegos
e pelas tempestades.
E pelos que acreditam que o amor é a fartura.
Ouvi-o bem. O amor é a fome.

Carmelina Soto
(Colômbia 1916-1994)
                                             in Um País Que Sonha
                                      Cem anos de poesia colombiana

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