13 de outubro de 2012

Noite: Miguel Torga

Encontraram-no caído
Ao fundo daquela rua;
Chamaram-no pelo nome, era eu!
- O poeta andava à lua
E adormeceu...

Foi o que disse e jurou
Pela sua salvação
A perdida
Que viu tudo da janela...

E o guarda soube por Ela,
Pelo pranto que chorava,
Quem era na minha vida
O guarda que me guardava...

- Andar à lua é proibido...
Mas Ela pagou a lei
Por um beijo que lhe dei
Antes ou depois de ter caído,
Nem eu sei...

Miguel Torga
(Portugal 1907-1995)

1 comentário:

  1. Gostei do blog, sensível e delicado, parabéns... continue divulgando cultura, a humanidade agradece...
    Abraços

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