Penso no teu sexo
nomeio o teu sexo convoco-o
raio e falcão ou talvez algo mais doce
e menos literário
o teu outro coração em atropelo
que vai acendendo lumes
redimindo ás minhas sombras
Sentir o teu sexo amor a sua dura chuva
Mas nomear o teu sexo transforma em papel
a tua bela fúria cega
afasta-te do meu sexo que está triste
porque é solitária a noite
quando escrevo o teu sexo quatro letras
quando penso o teu sexo e o tempo abre
um parêntesis e estás noutro sitio
e atravessas outro rio.
Piedad Bonnett
(Colombia 1951)
in Um pais que chora - Cem anos de poesia colombiana
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