19 de fevereiro de 2013

Os Sinos: Guillaume Apollinaire


Meu belo cigano meu amante
Escuta os sinos a tocar
Perdidamente nos amamos
Crentes que ninguém nos estava a espiar

Mas estávamos mal escondidos
Todos os sinos em redor
Nos viram e espalham agora
Por todo o lado o nosso amor

Cipriano e Henrique amanhã
Maria Úrsula e Catarina
A padeira e o seu marido
E ainda Gertrudes a minha prima

Sorrirão quando passar
Não saberei onde me esconder
Tu estarás longe eu vou chorar
         Ou talvez morrer


Guillaume Apollinaire
(Roma 1880-França 1918)
In O século das nuvens – Ed. Assirio & Alvim 

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