As mãos fechadas no teu peito e o
vestido azul caído aos pés da cama.
(Teu corpo de mulher é belo nu
e ainda mais belo quando ama).
Os meus beijos são potros que te mordem
os seios e as coxas e os cabelos
para que os minutos todos nos acordem
e nunca mais possamos esquecê-los.
E penetrando em ti perdidamente
atravesso mil bosques pela estrada
que há dentro do teu sexo e lentamente
tu ficas nos meus braços espantada
como se o mundo fosse de repente
acabar-se em plena madrugada.
Joaquim Pessoa
(Portugal 1948)
in Obra Poética Vol. 2
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