Quando eu morrer e tu ficares sozinha,
Longe do bafo quente do meu corpo,
Tu, a quem eu amei, sei lá por vingança
De Deus,
Nessa hora,
Olha serenamente a nossa história inútil
E chora...
Rega de pura mágoa a flor do "nunca mais"
(Sequer ao menos a flor do "nunca mais"...),
E depois morde o chão seivado e semeado
Do místico perfume do meu sexo
Sepultado...
Miguel Torga
(Portugal 1907-1995)
in Poesia Completa
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