3 de abril de 2013

Os amantes de novembro: Alexandre O´Neill

Ruas e ruas dos amantes
Sem um quarto para o amor
Amantes são sempre extravagantes
E ao frio também faz calor

Pobres amantes escorraçados
Dum tempo sem amor nenhum
Coitados tão engalfinhados
Que sendo dois parecem um

De pé imóveis transportados
Como uma estátua erguida num
Jardim votado ao abandono
De amor juncado e de outono.


Alexandre O´Neill
(Portugal 1924-1986)
in Poesias Completas

Sem comentários:

Enviar um comentário