É o amor que me inspira.
Amo a vida, esta bela prostituta.
Esta mulher tão pura e dissoluta
No mesmo instante,
Que não dá tréguas a nenhum amante.
Amo-a, e canto esse gosto renovado
De uma grande paixão sobressaltada.
Dum leito de soluços e suspiros
Misturados,
Ergo a voz e celebro
Os deuses sublimados
Que, divinos, me deram
o bem humano que nunca tiveram.
Miguel Torga
(Portugal 1907-1995)
in Poesias Completas
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