26 de junho de 2013

Soares de Passos: Acaso és tu


Acaso és tu a imagem vaporosa
Que me sorriu nos sonhos doutra idade,
Como a luz da manhã sorri formosa
Nos espaços azuis da imensidade?
E tu esse astro que minha alma anela,
Que debalde busquei no mar da vida,
Qual busca o nauta bonançosa estrela
No meio da procela enfurecida?
Ah, se és esse ente que meu ser domina,
Se és essa estrela que meu fado encerra,
Se és algum anjo da mansão divina
        Pairando sobre a terra;
Já que baixaste a mim, já que a meu lado
Me apontaste sorrindo o etéreo véu,
Não me deixes na terra abandonado,
        Transporta-me ao teu céu!


Soares dos Passos
Portugal 1826-1860
in Poemas portugueses

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