18 de junho de 2013

O Amor Indómito: Camilo Castelo Branco




















Há casos de alucinação, extasis incendiados de fantasia, em que o homem subjuga ao seu transporte as férreas considerações sociais, fazendo-as reflexivas de todo o brilho da sua alegria. É por isso que as grandes paixões estão em divórcio com o juízo prudencial.No mar da vida o fanal do amor é o que mais resplende. Cegam-se os olhos e entendimentoao que mais ansiosamente o fita. Com a mente fixa nesse clarão esperançoso, que tão frouxas résteas de luz nos dá em paga de tremendos trabalhos, transcuram-se vagas e baixios que nos assaltam o pobre baixel. O amor indómito, fremente e tempestuoso é um naufrágio que se ama, uma dor com que se brinca, e, enfim, um delírio honroso em qualquer criatura. 


Camilo Castelo Branco
Portugal 1825-1890
in  Anátema
photo by Google

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