28 de dezembro de 2013

Casa térrea: António Osório

AMO-TE
com pressa
de não acabar o amor.


SÉMEN
que como Deus extravasa
e se repete


DEUS segundo
que gerasse o primeiro
e começasse de novo
pela boca dos mortos


QUANDO sinto de noite
o teu calor dormente
e devagar
digo: cedro azul,
terra vegetal,
ou só
amor, amor;
quando te acaricio
e devagar
para que não despertes
tomo na mão direita
as duas fontes, iguais, da vida,
procuro a nascente4e adormeço
nela essa mão depositando.


António Osório
Portugal 1933
photo by Google 

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