18 de março de 2014

Alvares de Azevedo: Idéias íntimas VII



Em frente do meu leito, em negro quadro
A minha amante dorme. É uma estampa
De bela adormecida. A rósea face
Parece em visos de um amor lascivo
De fogos vagabundos acender-se...
E com a nívea mão recata o seio...
Oh! quantas vezes, ideal mimoso,
Não encheste minh’alma de ventura,
Quando louco, sedento e arquejante,
Meus tristes lábios imprimi ardentes
No poento vidro que te guarda o sono!




Álvares de Azevedo
Brasil (São Paulo) 1831-1852
“ in Cinco Séculos de Poesia –
Antologia da Poesia Clássica Brasileira “
Seleção: Frederico Barbosa
Editor: Landy Editora
photo by Google

Sem comentários:

Enviar um comentário