13 de julho de 2014

Saadi Yusef: O Balcão das nove da tarde

do teu vivo desejo que quase não sabes que dizer
se os passos se encurtam ou alargam na ferida
quase não sabes que alcançar seus seios
é um primeiro risonho
que morre se não murmura o rouxinol.
a quem podes , então, tu perguntar?
e quem pode saber qual a senda
até esse rouxinol do calado das nove
se o seu balcão perdido se fechou
entre a sombra das palmeiras?
oh balcão enverdecido, extraviado
e enigmático pelas nove!
não ficarão as flores, não estarão o amante e a guitarra,
não ficarão os versos
perguntando pela princesa totalmente adormecida.
no balcão que se desmorona
ainda que sejam nove da tarde. 




Saadi Yusef
Iraque (Basra) 1934
in Rosa do Mundo - 2001 poemas para o futuro
Editor: Assírio & Alvim
photo by google

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