11 de janeiro de 2015
César Leal: Soneto Acrobático I
Que a morte seja leve como a brisa
ou dança de relâmpagos nas águas,
corrida de um corcel apocalíptico
na bruma que circunda nossas mágoas.
Dissolva-me estes olhos o abandono
à sombra que me habita o peito em guerra
e guarda o coração longínquo sono
de flores de em semente inda na terra.
Que a morte exile a vida em mundo incerto:
- distância não medida em comprimento
que para o pensamento o longe é perto
para vós, para nós e tenras plantas
que dão perfume em flor e amor no fruto.
César Leal
Brasil (Saboeiro) 1924-2013
in Antologia de Poetas Brasileiros
Seleção: Mariazinha Congílio
Editor: Universitária Editora
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