6 de junho de 2015

David Mourão-Ferreira: Seios


                          Fechando os olhos, eram rosas
castas e densas, por abrir.
líquidas pétalas nervosas
sentiam-se, no fundo, estremecer.

Lagoas, nuvens, lá por trás
Da superfície cariciada?
─ E a minha vida se desfaz
Na saudade de  fontes afastadas.


David Mourão-Ferreira
Portugal (Lisboa) 1927-1996
in Obra Poética
Editor: Editorial Presença
photo by Google

Sem comentários:

Enviar um comentário