7 de junho de 2015

Helder Moura Pereira: Saudemos as vezes sucessivas

Saudemos as vezes sucessivas.
Brindemos à glória potente.
passas-me, por favor, o pente?
Vou fingir que sou das marés vivas.

Orgasmos que começam na ponta
dos pés e desabam nos últimos cabelos
da tua cabeça tonta.
Será que convém tê-los?

Tanta vez querendo, é normal.
Se nos fartarmos não faz mal.
O mal dos outros não é o nosso mal.

Estás com febre e eu ponho-te um pano
na testa e nos olhos. Amor sonhado,
podes ser quem quiseres todo o ano
e falar ao jantar enquanto eu como calado.


Hélder Moura Pereira
Portugal 1949
in A tua cara não me é estranha – Assírio & Alvim

photo by Google

Sem comentários:

Enviar um comentário