13 de dezembro de 2011

Je meurs ou je m'attache: Ricardo Jayme Freyre


Deixa que empoe o teu cabelo e o esconda,
ó, maliciosa e amada feiticeira,
que será sob a nívea cabeleira
uma Duquesa da época da Fronda.

Inconstante e fugaz, tal como uma onda,
teu capricho te trouxe a mim, brejeira,
e tua graça floresceu, inteira,
sobre minha existência triste, hedionda.

Tua graça meu céu encheu de cores!
Que ela cante a sorria a céus abertos
à ave vermelha dos teus lábios presa...

Pois assim, mesmo quando tu te fores,
em tua honra cunharei meus versos
com a tua nobre efígie de Duquesa.



Ricardo Jayme Freyre
(Bolivia  1868 - Argentina 1933)

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