Teus mimos calor não têm,
Teu beijo é frio de gelo,
Não satisfaz, nem também
Me importa tê-lo ou não tê-lo.
O que me faz recebê-lo
Cativo do teu desdém,
É eu ter forjado o elo,
Da escravidão que me tem.
A ti preso, e que subjuga,
Quer seja rei ou pastor,
Desde o dia em que nasceu.
Desta sina não há fuga,
Mas na escravidão d'amor,
O mais escravo sou eu.
Xavier Cordeiro in 366 poemas que falam de amor
"Portugal 1907 - França 1949"
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