Eu não sabia que o azul amanhã
é vago espectro do brumoso ontem;
que agitado por sopros de centúrias
o coração anseia arder, arder.
Sinto seu influxo, sua latância, e quando
quer as suas luminárias acender.
Mas a vida está chamando,
e já não é tempo de aprender
Eu não sabia que teu sol, ternura,
dá ao céu das crianças a cor rosada,
e que, sob o loureiro, o herói rude
algo de criança tem de ter.
Oh quem pudesse um tremor de criança
a uma alvorada de inocência renascer?
Mas a vida está a passar,
e já não é tempo de aprender.
eu não sabia que a paz profunda
do afecto, os lírios do prazer,
a magnólia de luz de energia,
leva no seu brando seio a mulher.
Minha fonte rendida nesse seio brando,
um homem de verdade poderia ser...
Mas a vida está a acabar,
e já não é tempo de aprender!
Porfírio Barba Jacob
(Colômbia 1883-1942)
in Um país que sonha
"cem anos poesia colombiana"
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