À deriva
a pedra flutuante e angulosa do desejo,
raspando a lage lisa e tensa
do teu ventre.
A noite ondula em vagas sussurrantes, nos teus seios
e o tempo arde
na selva desvairada dessa febre.
Sanguíneo e àspero
o espinho espera,
curvado na ponte selada do teu corpo,
escarlate rosa negra ainda deserta.
José Núncio
(Portugal 1938-2006)
in Lunações Íntimas
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