Estas rugas que vejo no teu rosto
cicatrizes do tempo e da esperança
são saudades marcadas na criança,
sol nascente tornando-se sol posto.
Este tempo que em rugas escreveu
uma história de lágrimas e de riso,
purgatório que faz-se paraíso;
uma vida que nunca arrefeceu.
Este rosto sereno que me fita
tão distante dos sonhos do passado
é um espelho partido e remendado,
retalhos de prazer e de desdita!
Estas rugas, teu rosto, cicatrizes
são mágoas que desaguam sem raízes.
Ildásio Tavares
Brasil (Gongogi, Bahia) 1940
Salvador 2010
in Antologia de Poetas Brasileiros
Seleção: Mariazinha Congilío
Editor: Universitária Editora
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