
ouço
de perto o marulhar do mar e todo o mar se escancara
dentro
das minhas veias modulares
os
meus olhos a tocarem no crepúsculo marítimo afundam-se
no
seu sangue cheio de palavras velhas e novas
–
tudo a mesma merda!
entretanto
perco as feridas que as altas ondas de fogo queimaram
impassivelmente
contaminando as noites voadoras
e
as pedras de barro ampliam a ausência contaminante
do
meu rosto derrubado pelas paisagens vazias e côncavas
depois
com desejo colossal
trepo
as tuas coxas com sabor a estrelas do mar
desperto
a fera erótica existente entre pernas e sonho beijar-te
a
húmida cona marítima e vens-te só de pensar nisso...
Filipe Marinheiro
Portugal » Coimbra 1982
in Noutros Rostos
Editor: Chiado Editora
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