
Se jovem fosse toda a gente e o amor,
E a verdade na boca de cada pastor,
Cada um destes prazeres me levaria
A ir ser teu Amor em tua companhia.
Mas ao redil o Tempo recolhe o rebanho,
Quando o rio brame e esfria o rochedo,
É quando Filomela fica como os mudos
E o resto se lamenta de cuidados futuros.
Murcham as flores, e o viço campestre
Ao indócil Inverno logo se submete:
Uma língua de mel, coração sem amor,
Primavera de desejo, Outono de dor.
Os teus vestidos, sapatos, canteiros de rosas,
Tua boina, saia, flores preciosas,
Breve quebram e murcham – esquecidas são,
A loucura é completa, perde-se a razão.
Teu cinto de palhinhas e rebentos de hera,
Tuas fivelas de coral e botões de âmbar –
Entre todos eles nenhum me levaria
A ser teu Amor em tua companhia
Se se fosse jovem e o amor gerasse sempre,
Alegrias sem data, velhice não carente,
Por estes prazeres, minha alma decidia
Ir ser o teu Amor em tua companhia.
Walter Raleigh
England 1552-1618
in Os dias do amor
Editor: Ministério dos Livros
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10 comentários:
Eu amo esse poema❤
Fiquei curiosa quando ontem estava ve ndo o filme ( diários de um vampiro)
Eu tambémm
Lindo poema se alguém tiver algum grupo de poesia ou poema pode color‐me
Eu tambm só conheci pq vi o filme o Enzo que d3clama
Também só vim ver por conta da série mas amei ❤️
Vida lindo poema alguém sabe qual a pergunta do pastor
Alguém sabe a pergunta do pastor
Se souber me avisa
esse poema é resposta ao poema "O pastor apaixonado por seu amor", para os que estão perguntando.
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