quando os nossos corpos se separaram olhamo-nos quase a desejar ser felizes.
vesti-me devagar, o corpo a ser ridículo. disse espero que encontres um homem
que te ame, e ambos baixamos o olhar por sabermos que esse homem não existe.
despedimo-nos. tu ficas-te para sempre deitada na cama e nua, eu saí para sempre
na noite olhamo-nos pela última vez e despedimo-nos sem sequer nos conhecer-mos.
José Luís Peixoto
(Portugal 1974
in A criança em ruínas
"Quetzal"