Os que amaram devem ficar cegos.
Para que os seus gestos sejam sem sentido.
Para que os seus barcos girem sem graça nem proveito.
Como as tempestades...
Cegos.
Cegos como bandeiras depois da vitória
ou como as espadas
que estão sempre nuas e gloriosas.
Que rancor pelos cegos
e pelas tempestades.
E pelos que acreditam que o amor é a fartura.
Ouvi-o bem. O amor é a fome.
Carmelina Soto
(Colômbia 1916-1994)
in Um País Que Sonha
Cem anos de poesia colombiana
Carta de apresentação
O SECRETO MILAGRE DA POESIA
Sentimo-nos bem com seu contacto.
Disertamos sobre as suas maravilhas.
Auscultamos pequenas portas do seu mistério
e chegamos a perder-nos com prazer
no remoínho do seu interior.
Apercebemo-nos das suas fragilidades e manipulações.
Da sua extrema leveza.
Do silêncio de sangue e da sua banalização.
Excerto
in Rosa do Mundo
8 de setembro de 2012
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