Carta de apresentação


O SECRETO MILAGRE DA POESIA

Sentimo-nos bem com seu contacto.
Disertamos sobre as suas maravilhas.
Auscultamos pequenas portas do seu mistério
e chegamos a perder-nos com prazer
no remoínho do seu interior.
Apercebemo-nos das suas fragilidades e manipulações.
Da sua extrema leveza.
Do silêncio de sangue e da sua banalização.

Excerto

in Rosa do Mundo

17 de setembro de 2012

Quando os nossos corpos... : José Luis Peixoto

   
 quando os nossos corpos se separaram olhamo-nos quase a desejar ser felizes.
vesti-me devagar, o corpo a ser ridículo. disse espero que encontres um homem
que te ame, e ambos baixamos o olhar por sabermos que esse homem não existe.
despedimo-nos. tu ficas-te para sempre deitada na cama  e nua, eu saí para sempre
na noite olhamo-nos pela última vez e despedimo-nos sem sequer nos conhecer-mos.

José Luís Peixoto
(Portugal 1974
in A criança em ruínas
"Quetzal"

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