no tempo em que éramos felizes não chovia.
levantavamo-nos juntos, abraçados ao sol.
as manhãs eram um céu infinito. o nosso amor
era as manhãs. no tempo em que éramos felizes
o horizonte tocava-se com a ponta dos dedos.
as marés traziam o fim da tarde e não víamos
mais do que o olhar um do outro. brincava-mos
e éramos crianças felizes. às vezes ainda
te espero como te esperava quando chegavas
com uniforme lindo da tua infância.
há muito tempo que te espero. há muito tempo que não vens.
José Luís Peixoto
(Portugal
in A criança em ruínas
Carta de apresentação
O SECRETO MILAGRE DA POESIA
Sentimo-nos bem com seu contacto.
Disertamos sobre as suas maravilhas.
Auscultamos pequenas portas do seu mistério
e chegamos a perder-nos com prazer
no remoínho do seu interior.
Apercebemo-nos das suas fragilidades e manipulações.
Da sua extrema leveza.
Do silêncio de sangue e da sua banalização.
Excerto
in Rosa do Mundo
13 de dezembro de 2012
No tempo em que éramos felizes: José Luis Peixoto
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