Quem diz de amor fazer que os actos não são tão belos
que sabe ou sonha de beleza? Quem
sente que suja ou é sujado por fazê-los
que goza de si mesmo ou de alguém?
Só não é belo o que não se deseja
ou que ao nosso desejo mal responde.
E suja ou é sujado que não seja
feito do ardor que se não nega ou esconde.
Que gestos há mais belos que os do sexo!
Que corpo belo é menos belo em movimento?
E que mover-se o corpo no de um outro o amplexo
não é dos corpos o mais puro intento!
Olhos se fecham não para ver
mas para o corpo ver o que é que eles não,
e no silêncio se ouça um só ranger
da carne que é da carne a só razão.
que sabe ou sonha de beleza? Quem
sente que suja ou é sujado por fazê-los
que goza de si mesmo ou de alguém?
Só não é belo o que não se deseja
ou que ao nosso desejo mal responde.
E suja ou é sujado que não seja
feito do ardor que se não nega ou esconde.
Que gestos há mais belos que os do sexo!
Que corpo belo é menos belo em movimento?
E que mover-se o corpo no de um outro o amplexo
não é dos corpos o mais puro intento!
Olhos se fecham não para ver
mas para o corpo ver o que é que eles não,
e no silêncio se ouça um só ranger
da carne que é da carne a só razão.
Jorge de Sena
Portugal; Lisboa 1919
Santa Barbara; Califórnia 1978
in Antologia Poética
Editor: Guimarães Editores
photo by google
Portugal; Lisboa 1919
Santa Barbara; Califórnia 1978
in Antologia Poética
Editor: Guimarães Editores
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