Mesmo diante da casa, no alto
daquela montanha,
cresce a flor da iúca,
vibrante tocha dos deuses.
É a sua luz que me cega.
É a sua luz que é mais alta
do que eu sobre um cavalo.
E não se rasga o vento, balançando
as suas ancas.
Sob o peso das estrelas, muitas vezes
estremece. «Porque sou assim tão grande,
assim tão só? Ah, ah! Ué!»
E a dormideira e a alfazema devagar
se acariciam. «Porque sou assim tão grande,
tão exposta à solidão? Ah, ah! Ué!»
Mas no meio da manhã ela cresce
mais ainda.
Como a flor da iúca, tu também
-- alta, intacta.
Tocha dentro dos meus sonhos, cada vez
mais no espaço.
-- E a minha mão mal te roça.
Índios da América do Norte
in Rosa do Mundo - 2001 Poemas para o Futuro
Editor: Assírio & Alvim
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