Vesti-me sempre com as roupas de um primo
da irmã mais velha
ou do último amor
Assim sou-lhes leal:
os dedos através dos bolsos
aflorando o sexo, a nuca
beijada de borboto, o hálito
suspenso nas golas da camisa
Com eles tropeço
na estreiteza das coxas, como cavalos
dormimos juntos no mesmo disfarce
Nada em mim cresce de que não sejam a forma
nada obsceno
que as suas roupas não cubram
Andreia C. Faria
Portugal, 1984
in Alegria para o fim do mundo
Editor: Porto Editora
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