Carnais, sejam carnais tantos desejos,
carnais, sejam carnais tantos anseios,
palpitações e frêmitos e enleios,
das harpas da emoção tantos arpejos...
Sonhos, que vão, por trêmulos adejos,
à noite, ao luar, intumescer os seios
láteos, de finos e azulados veios
de virgindade, de pudor, de pejos...
Sejam carnais todos os sonhos brumos
de estranhos, vagos, estrelados rumos
onde as visões do amor dormem geladas...
Sonhos, palpitações, desejos e ânsias
formem, com claridades e fragâncias,
a encarnação das lívidas Amadas!
Cruz e Sousa
Brasil, 1861-1898
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