de vergonhas brancas.
Dissoluto no ouro o meu sexo muda
facilmente de classe.
Precisa de navegar.
Farejo curioso a teus pés de cama
uma casaca negra um peitilho
de goma as meias rotas
de sede.
Sinto-me nervoso e destemido
ao viajar em ti nave
de crepes
meu leito de margens sórdidas
para todo o sangue.
As narinas de Scorpius fazem do teu espaldar
o espelho revelador.
Cabeça que descai no acto de sofrer.
Almofada plúmbea, amor
lançado ao ar,
sobre os nossos corpos.
Armando Silva Carvalho
(Portugal 1938)
in O que foi passado a limpo (Obra Poética)
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