Carta de apresentação


O SECRETO MILAGRE DA POESIA

Sentimo-nos bem com seu contacto.
Disertamos sobre as suas maravilhas.
Auscultamos pequenas portas do seu mistério
e chegamos a perder-nos com prazer
no remoínho do seu interior.
Apercebemo-nos das suas fragilidades e manipulações.
Da sua extrema leveza.
Do silêncio de sangue e da sua banalização.

Excerto

in Rosa do Mundo

14 de fevereiro de 2013

Vivamos, minha Lésbia, e nos Amemos: Gaio Valério Catulo


Vivamos, minha Lésbia, e nos amemos.
Sem que o que digam murmurantes velhos
Importe para nós mais que uma palha.
Podem morrer e renascer os sóis.
A nós, quando se apaga a breve luz,
Noite é perpétuaque dormir havemos.
Oh dá-me beijos mil, depois um cento,
Depois mais outros mil, e um outro cento.
Depois ainda outros mil, e mais um cento.
Depois quando os milhar's forem já muitos,
Erramos a conta, a não saibamos,
Para que a inveja não nos olhe mal,
Sabendo quanto foi de beijos dado.

Gaio Valério Catulo
(Verona 84a.c.-Roma 54a.c.)

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