Revelar o
teu nome era trair-te.
Nos
bastidores, discreta,
Nenhuma
glória poderá fugir-te,
Mesmo que
fuja a glória do Poeta.
A terra és
tu, e o lavrador é ele.
Deixa-o
mostrar os frutos que tu deste.
Só na
eterna penumbra do silêncio
Crescem
mistérios e religiões.
O devoto
só crê
E só leva
orações
Aos deuses
que não palpa e que não vê.
Miguel
Torga
(Portugal 1907-1995)
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