A virilha verde congestionou-me o sonho. Relentado a par
de mim e a
voz, o eco. Há corpos de homens rígidos, para deitar abaixo com uma
bola vermelha, corpos, subitamente, numa barraca de feira.
A virilha verde retesou-me o sonho.
Porquanto o horizonte é uma centopeia grande, o mar é uma centopeia
grande. Nós uma centopeia emborcada, a arranhar o ar.
Abano-me com um leque de papel amarrotado. Saturo-me de coisas
familiares. No outono, as flores apócrifas, no papel da parede, deixarão
zumbir corolas.
A virilha verde sugou-me o sonho.
O sexo da 2ª pessoa induvidada. A alma da 2ª pessoa ambígua é o
aberto entre mim e o sangue.
Sangra um lábio ilúcido arpoado no meu.
E o silêncio espásmico.
A virilha verde amorteceu no sonho.
Será urgente talhar uma paz apodrecida, a
chicote, pelas manhãs nervadas?
Dormiste com as chaminés a fumegar.
Dormi a dar à luz.
Para se defender de nós, a noite estendeu
o escudo. Há uma lua
apedrejada de mitos e estrelas.
A virilha verde morreu.
voz, o eco. Há corpos de homens rígidos, para deitar abaixo com uma
bola vermelha, corpos, subitamente, numa barraca de feira.
A virilha verde retesou-me o sonho.
Porquanto o horizonte é uma centopeia grande, o mar é uma centopeia
grande. Nós uma centopeia emborcada, a arranhar o ar.
Abano-me com um leque de papel amarrotado. Saturo-me de coisas
familiares. No outono, as flores apócrifas, no papel da parede, deixarão
zumbir corolas.
A virilha verde sugou-me o sonho.
O sexo da 2ª pessoa induvidada. A alma da 2ª pessoa ambígua é o
aberto entre mim e o sangue.
Sangra um lábio ilúcido arpoado no meu.
E o silêncio espásmico.
A virilha verde amorteceu no sonho.
Será urgente talhar uma paz apodrecida, a
chicote, pelas manhãs nervadas?
Dormiste com as chaminés a fumegar.
Dormi a dar à luz.
Para se defender de nós, a noite estendeu
o escudo. Há uma lua
apedrejada de mitos e estrelas.
A virilha verde morreu.
Vigília
Luiza Neto Jorge
Portugal; Lisboa 1939-1989
in Poesia
Editor: Assírio & Alvim
photo by google
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