As
Palavras
São
como um cristal,
as
palavras.
Algumas,
um punhal,
um
incêndio.
Outras,
orvalho
apenas.
Secretas
vêm,
cheias
de memória.
Inseguras
navegam:
barcos
ou beijos,
as
águas estremecem.
Desamparadas,
inocentes,
leves.
Tecidas
são de luz
e
são a noite.
E
mesmo pálidas
verdes
paraísos lembram ainda.
Quem
as escuta? Quem
as
recolhe, assim,
cruéis,
desfeitas,
nas
suas conchas puras?
Eugénio
de Andrade
Portugal,
Póvoa de Atalaia 1923 – Porto 2005
in
Poesia
Editor:
Fundação Eugénio de Andrade
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