Da ira para o poço do
sono
Deslizas de repente. A
calma
Cai em mim
gradualmente, um nevão
Suave, uma capa leve
para atordoar
Os nervos arrepanhados,
durante algum tempo.
A tua cabeça na
almofada virada para o outro lado;
A minha cara escondida.
Mas debaixo da neve
Rebentos endireitam-se,
o filamento verde
Ergue-se
instintivamente. Não se duvide
Dessa virtude de
determinação na carne insciente:
Entre os nossos corpos
uma tepidez cresce;
As mãos mexem-se debaixo
dos cobertores,
As tuas costas tocam o
meu peito, as nossas coxas
Rodam para encontrar o
lugar que conhecem.
A tua boca move-se
sobre a minha cara:
Ousaremos, agora, abrir
os olhos?
Fleur Adcock
Nova Zelândia, Auckland
1934
Trad. José Alberto
Oliveira
in Rosa do Mundo – 2001
poemas para o futuro
Editor: Assirio & Alvim
photo by Google
Sem comentários:
Enviar um comentário