Carta de apresentação


O SECRETO MILAGRE DA POESIA

Sentimo-nos bem com seu contacto.
Disertamos sobre as suas maravilhas.
Auscultamos pequenas portas do seu mistério
e chegamos a perder-nos com prazer
no remoínho do seu interior.
Apercebemo-nos das suas fragilidades e manipulações.
Da sua extrema leveza.
Do silêncio de sangue e da sua banalização.

Excerto

in Rosa do Mundo

15 de dezembro de 2013

Soneto XVIII: William Shakespeare


Comparar-te a um dia de Verão?
Tu és mais formoso e mais ameno:
Ventoso o mês de Maio e não sereno
E o Estio é de curta duração.
Ora quente como brasa o sol fulgura,
Ora se lhe escurece a tez dourada,
Quem é formosa perde a formosura
Plo destino ou natura despojada.
Mas teu eterno V’rão não perde o brilho,
Nem perde a beleza que é só tua:
Da morte nunca seguirás o trilho –
Teu ser meu verso eterno perpetua:
Enquanto olhos houver que o possam ler
Este soneto te fará viver.

William Shakespeare
(England 1564-1616)
in Os dias do Amor

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