Não
sei se ele volta da rua
Não
sei se ele fica na sua
Talvez
ele chegue sentido
Quem
sabe me cobre de beijos
Ou
nem me desmancha o vestido
Ou
nem me adivinha os desejos
Dia
ímpar tem chocolate
Dia
par eu vivo de brisa
Dia
útil ele me bate
Dia
santo ele me alisa
Longe
dele eu tremo de amor
na
presença dele me calo
Eu
de dia sou sua flor
Eu
de noite sou seu cavalo
A
cerveja dele é sagrada
A
vontade dele é a mais justa
A
minha paixão é piada
A
sua risada me assusta
Sua
boca é um cadeado
E
meu corpo é uma fogueira
Enquanto
ele dorme pesado
Eu
rolo sozinha na esteira
Francisco Buarque de Hollanda
(Brasil
1944)
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