Eu amo-a muito, pelo olhar formoso
E as sobrancelhas de igual negra cor;
E o colo de marfim; e o doce olor
No respirar; e o riso tão gracioso.
Eu amo-a muito pelo que, espaçoso,
Em glória pousa em sua fronte Amor;
Pela memória sua que é fervor,
E por seu esprito o mais industrioso.
Eu amo-a muito, pelo que é de humana,
Por seu vasto saber que não se engana,
E por não ser avaro o peito dela.
Mas que me faz amá-la de amor tal
É que jamais se esquece de meu mal,
E que, quando me apraz, durmo com ela.
Olivier de Magny
(França 1524-1561
in Os dias do Amor
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